5 raças de cães mais famosas que você com certeza já ouviu falar

O cão é o melhor amigo do homem, e não apenas no nome. Cães-guia oferecem grandes oportunidades para cegos, cães da raça São Bernardo resgatam vítimas da neve e da água, e cães de serviço guardam fronteiras e ajudam a capturar criminosos. Alguns cães se destacaram tanto que ainda são lembrados com carinho até hoje. Apresentamos as histórias de cinco heróis de quatro patas.

A primeira cadela no espaço foi Laika.

Na verdade, a URSS já vinha experimentando o lançamento de seres vivos ao espaço há vários anos antes de Laika, mas ela se tornou a primeira cadela a orbitar a Terra. Apesar do nome, Laika não era de raça pura. Acreditava-se que cães de raça pura não seriam capazes de suportar as condições extremas de um satélite — as flutuações de temperatura e pressão.

O cão espacial foi concebido para se tornar uma espécie de herói nacional. Inicialmente, havia planos para lançar primatas ou ratos a bordo, mas, no fim, decidiu-se que as pessoas prefeririam um cão.

A pobre cadela nunca teve a intenção de retornar à Terra. O satélite deveria orbitar por uma semana, após a qual os sistemas de alimentação e regeneração de ar da cadela falhariam. Laika estava sendo enviada para a morte. Antes do voo, sensores foram implantados nela para monitorar sua saúde.

O lançamento ocorreu em 3 de novembro de 1957, no centro de testes de Kapustin Yar. O Sputnik 2, levando sua única passageira, deixou a superfície da Terra. Desde os primeiros minutos, Laika mostrou-se resiliente e não entrou em pânico. Durante a decolagem, seus batimentos cardíacos triplicaram e ela foi pressionada contra a parede da cabine, mas resistiu. Ela morreu algumas horas depois, vítima de superaquecimento, após completar quatro órbitas ao redor da Terra.

O mundo inteiro acompanhou o voo. Quando a morte da cadela foi anunciada, uma onda de indignação e tristeza varreu o planeta. Ativistas ocidentais pelos direitos dos animais ficaram revoltados, enquanto cidadãos soviéticos lamentavam a morte de Laika e enviavam propostas ao Kremlin para que a cadela fosse homenageada postumamente com o título de "Herói da União Soviética".

O único consolo para as pessoas era que o sacrifício de Laika não tinha sido em vão. A jornada bem-sucedida do animal até a órbita foi um enorme passo rumo ao lançamento de humanos no espaço. E esse passo foi dado por uma pequena cadela vira-lata, porém incrivelmente corajosa, chamada Laika.

O cachorro de Franklin Roosevelt, Fala

Todo americano que viveu em meados do século XX conhecia esse cachorro. Fala era um companheiro fiel, mascote e, às vezes, conselheiro do presidente americano Franklin Delano Roosevelt, que, aliás, cumpriu quatro mandatos.

Em 1940, o primo de Roosevelt lhe deu um belo terrier escocês preto chamado Big Boy. O dono renomeou o cão para "Falahill Highwayman", uma referência às origens escocesas da raça (Falahill é uma vila na fronteira escocesa). O nome foi posteriormente abreviado para "Fala".

O presidente levava seu animal de estimação para todos os lugares. Todos na Casa Branca se apaixonaram imediatamente por Fala. Quando o cachorro começou a ter problemas estomacais, foi preciso chamar um veterinário. Descobriu-se que a doença era causada pelo fato de todos na Casa Branca darem petiscos ao cachorro constantemente. O dono, então, deu uma ordem para que somente ele alimentasse seu cão.

Ao perceber que Fala não deixava qualquer um acariciá-la, o presidente começou a usar a cadela para tomar decisões políticas. Quando Roosevelt não tinha certeza se podia confiar em alguém, ele verificava se Fala permitia que ele a acariciasse. Se sim, ele podia confiar nela. Esse fato chegou a dar origem a um boato de que ração seca para cães havia sido especialmente criada para Fala. Os políticos, tentando ganhar o favor de Franklin, carregavam petiscos para cães nos bolsos. Afinal, não dá para guardar um bife suculento no bolso.

Os opositores do presidente dos EUA frequentemente exploravam seu animal de estimação para seus próprios fins. Membros do Partido Republicano espalharam um boato falso de que, após uma visita às Ilhas Aleutas, o presidente teria esquecido seu cachorro lá e enviado um destróier para buscá-lo, gastando milhões de dólares do orçamento. Roosevelt ficou furioso e declarou que "podia tolerar quantas críticas quisesse, mas não toleraria nenhuma repreensão dirigida ao seu cachorro". Este discurso entrou para a história.

O terrier sobreviveu ao seu dono por sete anos. Um monumento ao 32º presidente dos EUA e ao seu cão foi erguido em Washington, D.C. O memorial retrata um Franklin Roosevelt idoso vestindo um sobretudo e acompanhado por seu fiel companheiro. Uma escultura semelhante está localizada em uma estação de metrô da cidade de Nova York.

O ator de Legalmente Loira é um chihuahua.

Talvez o chihuahua mais famoso do mundo seja o próprio lutador de "Legalmente Loira", interpretado por Reese Witherspoon. Na vida real, o cachorro da atriz se chamava Mooney.

Mooney foi treinada pela treinadora de cães de Hollywood Sue Chiperton. Quando as audições começaram, Sue queria oferecer a outra de suas alunas, Gidget, mas ela já estava ocupada com um comercial do Taco Bell. Mooney fez o teste e conseguiu o papel.

O lutador de Legalmente Loira e Legalmente Loira 2 não foi o único papel de Mooney. Ele apareceu em vários videoclipes da Cher, inúmeros comerciais e fez participações especiais nas séries Três Irmãs e Providence. Ele também compareceu à cerimônia de entrega da estrela de Reese Witherspoon na Calçada da Fama.

Em 2016, Mooney morreu de causas naturais aos 18 anos. A conta do Instagram de Sue Chiperton foi inundada com comentários de condolências dos fãs. Diversos veículos de comunicação também noticiaram a morte do querido ator de quatro patas.

Cão de resgate - Barry

Em uma rua parisiense, há um monumento que retrata um cachorro carregando uma menina nas costas. É dedicado àquele que talvez seja o cão de resgate mais corajoso de todos os tempos, o herói de inúmeras histórias e lendas. O nome desse cão incrível é Barry.

Nos Alpes cobertos de neve, em uma das passagens mais perigosas da Suíça, ergue-se o mosteiro de São Bernardo. Suas portas estão sempre abertas para viajantes perdidos e congelados. Os monges deste mosteiro criam uma raça especial de cães para resgatar pessoas feridas em avalanches. Foi aqui que viveu o famoso cão Barry, que salvou 40 vidas.

O cão possuía uma intuição extraordinária, um olfato aguçado e uma tenacidade que poucos humanos têm. Barry frequentemente retornava de suas expedições completamente coberto de neve. Ele não precisava ser solicitado; pressentia uma avalanche se aproximando e partia em busca de quem estivesse em perigo.

Certo dia, Barry encontrou uma mulher e seu filho soterrados sob os escombros. A mãe, sem conseguir escapar, havia amarrado a criança ao pescoço de um cachorro com um lenço. Barry passou toda a jornada até o mosteiro aquecendo o bebê com o próprio calor corporal e lambendo seu rosto até que ele recobrasse a consciência.

Em uma triste ironia, o herói se viu à beira da morte por causa daquele que tentava salvar. Em uma de suas caminhadas, Barry encontrou um homem congelado e inconsciente. Um cachorro aqueceu a vítima, que recuperou a consciência. Ao ver o enorme focinho coberto de neve do cão, o homem se assustou, confundindo o São Bernardo com um urso, e o esfaqueou.

Barry sobreviveu, mas seu trabalho como cão de resgate teve que ser interrompido. O cão morreu dois anos depois, em 1814. Em homenagem ao herói falecido, os monges continuaram a chamar os São Bernardos de "Barryhounds" por algum tempo.

O cão que salvou o Alasca de uma epidemia: Balto

Muitas pessoas já assistiram ao desenho animado "Balto", mas nem todos sabem que o personagem principal foi baseado em um cachorro de verdade.

A história começou em janeiro de 1925 em Nome, no Alasca. Balto era um cão de trenó desde filhote, mas nunca lhe confiaram trabalhos pesados. Ele nunca foi forte o suficiente, experiente o suficiente ou rápido o suficiente. Mas provou ter muita resistência e tenacidade.

Junto com a corrida do ouro, a difteria chegou ao estado congelado. Várias crianças já haviam morrido. Era necessário levar a vacina de Anchorage para Nome. Para piorar a situação, o único avião em condições de uso teve uma pane no motor, incapaz de suportar as temperaturas congelantes. Só havia uma opção: transportar o medicamento de trem até Nenana e, de lá, entregá-lo ao destino final em um trenó puxado por cães.

Havia 20 condutores e 150 cães de trenó na expedição, mas Balto se destacou acima de todos. Uma terrível tempestade se abateu sobre a região naquele dia. A equipe foi arrancada do chão pelo vento. O condutor alegou que não conseguia enxergar além do alcance de um braço. A distância da ferrovia até a cidade era de mais de 80 quilômetros. Os cães começaram a desistir um a um e tiveram que ser desengatados da equipe.

No fim, quando até o cavaleiro desmaiou, Balto ficou sozinho. Sozinho, ele encontrou o caminho até a cidade através da nevasca impenetrável, entregou caixas de vacina e salvou toda a cidade de uma epidemia. O feito incrível de Balto permanece gravado nos corações das pessoas. Até hoje, crianças em idade escolar no Alasca contam histórias sobre ele.

O fato de um cachorro não ter estrelado filmes, salvado vidas, voado para o espaço ou participado da vida política do país não significa que ele seja mau ou inútil. Um cachorro comum salva pessoas todos os dias, de perigos reais ou da solidão, sem exigir qualquer recompensa ou gratidão.

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